Maravilhas do basquetebol: Três camisolas antigas do Sporting

Há pouco tempo atrás publicámos um artigo em que, entre outras coisas, dizíamos que o verdebranco há vários anos que deixou de procurar ativamente camisolas, e que ultimamente só por acaso ou por amizade é que a coleção aumenta. Foi precisamente por amizade que conseguimos estas camisolas excecionais do nosso Basquetebol. Um colecionador amigo, que poderia ter ficado com as camisolas para si, sabia que o verdebranco tem uma afeição particular pelo nosso Basquete, e avisou-nos que estas estavam disponíveis. Viemos depois a saber que os amigos do Legado Verde&Branco desistiram de licitar quando souberam que etávamos interessados. E foi assim que conseguimos estas camisolas. Obrigado!

Estas camisolas vão de 1969 a 1973, e cada uma delas tem uma história. Vieram todas da mesma origem, o jogador Frederico Mesquita, que faleceu em 2023, cerca de dois anos antes deste artigo ser publicado. Mesquita foi um grande jogador, sportinguista que fez a sua formação no Sporting. Enquanto júnior ganhou tudo o que havia a ganhar, incluindo campeonatos regionais, metropolitanos e nacionais. Chegou aos seniores em 1968/69, ano em que conquistou os Campeonatos Regional, Metropolitano, e Nacional. Ficou apenas mais um ano, tendo depois saído do desporto, tanto quanto saibamos não representou mais nenhum clube.

A primeira camisola que mostramos é precisamente do Frederico Mesquita, com o número 7 que ele usou enquanto sénior. É uma camisola alternativa branca extremamente rara. Não sabemos identificar a época exatamente, apenas que é dos finais dos anos 1960. É de marca Redon Acrylfaser, alemã.

A segunda camisola tem uma história curiosa, que nos foi contada pelo amigo Carlos Sousa, antigo jogador e dirigente do nosso Basquetebol, múltiplas vezes campeão nacional. Os Jogos Desportivos Luso-Brasileiros foram organizados a cada três anos entre 1960 e 1972. Para a edição de 1969, realizada em julho no Brasil, as autoridades competentes queriam levar a equipa da Académica de Coimbra inteira em representação de Portugal no basquete. Para não demonstrarem preferências, disseram que iriam levar os campeões nacionais, que esperavam ser a Académica. Acontece que quem venceu foi mesmo o Sporting, e assim, tal como no Andebol, foi a equipa leonina, incluindo jogadores e técnicos, que viajaram para o Brasil, aonde chegaram a 20 de julho de 1969 (por acaso o dia em que o homem chegou à Lua). Assim, embora em teoria tenha sido Portugal a jogar, com as quinas ao peito, na realidade era mesmo o Sporting que ali estava. Um dos jogos está disponível nos arquivos da RTP, onde o título é "jogo de Basquetebol entre a Seleção do Estado do Ceará e o Sporting Clube de Portugal". No fim, os jogadores ficaram com as camisolas (pagando-as!), que são da mesma marca Redon Acrylfaser, tal como se vê na foto em baixo. E é assim que o verdebranco ficou com uma camisola de cor... grená!

A terceira camisola é também extraordinária. É de 1971/72 ou 1972/73, anos em que Mesquita já não jogava, e tem o número 6 usado por Ernesto Ferreira da Silva. Tem ainda o extraordinário patrocínio Camisas Lacoste, com o crocodilo Lacoste no lugar tradicional do Leão rampante, ficando o Leão à direita. Uma maravilha.

As outras novidades estão na página das novas camisolas da colecção. Se preferir, pode ver todas as camisolas do Sporting.